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(Foto: Thiago Toney)

Profissionalismo

A repercussão positiva do futebol jogado na cidade levou a Federação Mineira de Futebol (FMF) a convidar o Pedro Leopoldo F.C. a jogar o Campeonato Mineiro de 1948. A ideia de profissionalizar o time também era bem vista pela população da cidade e por seus governantes, que esperavam trazer mais visibilidade para o município.

(Foto: Arquivo Pessoal de Reinaldo Carvalho)

Formação do P.L.F.C. no o início dos anos 60. Em pé: Campista, Antônio Carvalho, Simalia, Gilberto, Eduardo e Reinaldo Carvalho. Agachados: Pelau, Borges, Fábio, Zé Maria e Hélio

Com o convite aceito, os dirigentes do PL iniciaram a montagem da equipe para a disputa. A base do time era formada por jogadores da cidade e os melhores de cada equipe foram chamados para compor o plantel, lembra Reinaldo Carvalho, de 83 anos. “Primeiro pegaram os melhores jogadores e depois vieram jogadores de fora, do Rio de Janeiro e de São Paulo. Mas poucos foram titulares, porque tirar os jogadores da cidade era difícil. O time que teve mais jogador no princípio foi o Industrial, vieram 6. Outros também eram para vir, mas como ocupavam cargos de chefia na Fábrica de Tecidos acabaram não aceitando”.

No tempo que vestiu a camisa alvinegra, Reinaldo Carvalho não recebeu salários do clube (Fotos: Arquivo Pessoal).

A própria contratação de Reinaldo mostra a ambição do Pedro Leopoldo F.C. O lateral-esquerdo foi contratado junto ao Atlético, após ser destacar na base do Galo e chegar à Seleção Mineira de Junior.  Atualmente, Reinaldo é o único jogador vivo do time titular do P.L.F.C. de 1948.  (Atualização do autor: Reinaldo Carvalho faleceu em 2019)

 

Apesar de ser o novato, as campanhas do Pedro Leopoldo no Campeonato Mineiro impressionaram. Durante os 6 primeiros anos o time alvinegro ficou nas melhores colocações do campeonato, como conta Reinaldo. “O PL tinha uma estrutura, tinha massagista, roupeiro, até fotografo que acompanha o time. Formou-se um elenco com uma base e quando entrou no primeiro ano, o Pedro Leopoldo fez bonito, ficando em 5º lugar do Mineiro, contra 18 times. Então foi bom demais. E no ano seguinte foi melhor ainda, ficamos em 3° lugar e ganhamos o título de Campeão do Interior”. A premiação é dada ao clube de fora de Belo Horizonte que termina a competição na melhor classificação.

(Foto: Arquivo Pessoal)

Como lembrado anteriormente, não existia o Campeonato Brasileiro e a maior competição para os clubes, entre eles América-MG, Atlético-MG e Cruzeiro, era o Mineiro. E a boa campanha do time uniu até mesmo as torcidas rivais, que se juntaram para acompanhar o PL. “O time do meu coração é o Industrial, onde ele ia eu estava junto. Mas quando o Pedro Leopoldo se profissionalizou a cidade se uniu. Aquele que era Industrial passou a torcer pelo Pedro Leopoldo, e os do Sport também”, recorda Antônio Pasteleiro.


Já o último ano (1964) não foi nada bom para o bode que terminou na lanterna do campeonato. A má campanha e os problemas financeiros do clube foram os motivos para o encerramento do profissionalismo e o retorno aos campeonatos amadores da região, diz o lateral-esquerdo. “No último ano eu não posso falar porque não estava jogando (havia casado e abandonado o futebol com 28 anos). Mas as dificuldades eram muito maiores. Os times de hoje têm vários patrocinadores e antigamente não existia isso. O dinheiro era tirado da renda ou dos sócios-contribuintes”.

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